sábado, 16 de maio de 2009

Divagações de um sábado entediado em casa...

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Sábado é um dia que todos (que curtem uma balada ou descanso) aguardam ansiosamente. Hoje é sábado. Como não podia deixar de ser, também aguardei por ele ansiosamente. Para curtir, pra beber, pra festar, pra fazer o que der na telha. Mas tô em casa. Não que tenha desanimado, é que simplesmente não há nada a se fazer em uma cidade de 40 mil habitantes nesse dia. Aí eu fico aqui em casa, entediado, escrevendo textos chatos para pessoas que também no mínimo devem estar bem entediadas - não achei outra razão pra alguém acessar meu blog.
Tédio... uma palavra estranha, um sentimento mais ainda... não sei a razão de ele existir e tampouco o que significa ao certo. As vezes penso ser um sentimento que temos quando cumprimos tudo que ter a ser feito, mas ainda há muito a ser feito na minha vida, apenas não quero fazê-lo neste momento. Talvez seja uma sutil decepção. Mas creio que o tédio não ensina a viver, pelo contário, acho que é um estado que beira a letargia. Por sinal, acabou a inspiração pra filosofar sobre esse assunto. Libertário que sou, vou me dar o direito de encerrar esse tema por aqui, não tenho intenção de ganhar prêmio algum de blogueiros.

Mas que fim horrível...

entediante.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Descontrair

Já amanhecia o dia
Quando as duas me encontrou
A que dormia em casa
E a outra que chegou

A porta que foi feita pra fechar
Parecia apta para se esconder
Até mesmo eu que passava o café
Não poderia prever

Não sei o porquê da confusão
Pra ser dividido certo 7 dias
Precisa de um
Pra também dividir a atenção

Eu que nem terminei o meu cigarro
Que não ganhei beijos de despedidas
Talvez não fosse a hora
Por não ter sido o momento conveniente de partida

Eu que nenhuma lágrima derramei
Se pranteei foi por culpa do riso
Que me deixou com dentes bem mais amarelos
Pra poder sorrir das duas que eram tanto amigas

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Estresse Pré-Partida

Acho que esta é a última postagem antes do fatídico dia do embarque. Na realidade, esse dia era pra ser hoje, mas aconteceu alguns percalços e, por conta dessa merda toda, tive que transferir meu vôo para quarta-feira.
A real é que eu iria pra Vail, no Colorado, como já havia dito. Só que lá o bicho tava pegando. A situação tava hardcore mesmo. Tava muito foda conseguir casa e emprego e, quando conseguia algo, era em valores altíssimos.
Então, antes de chegar no olho do furacão, decidi alterar minha rota e ir para Florida, mais especificamente pra Orlando. Não que estejam dizendo que lá tá tudo tranquilo, mas acontece que já conheço algumas pessoas nesse estado e, além do mais, as cidades são mais amenas e maiores que a região do Colorado que eu pretendia visitar. Estou indo sem casa e sem emprego também, mas estou mais otimista agora.
Vou ficar um tempo sem postar porque ficarei sem pc lá. Mas assim que tiver oportunidade, voltarei a soltar a verborragia por aqui.

Há deus!

sábado, 6 de dezembro de 2008

O maior dos desafios



Viver em outro país por três meses pode render uma série de dificuldades. A língua, a cultura, o clima e, no meu caso, a falta de emprego e casa também. Mas um fator me preocupa em sua essência: a culinária. Todos sabemos que o americano, via de regra, é extremamente carnívoro. Reza a lenda que eles comem linguiça, feijão doce e purê de batata pela manhã. Hahaha! Ou seja, uma prova de fogo para vegetarianos que passarão algum tempo longe de casa.
Eu sei que é não será muito tempo, se considerar que sou vegetariano a um ano e nove meses. De qualquer forma, não pretendo abandonar meus princípios, que já estão um tanto quanto consolidados.
Aliás, até levarei alguma literatura vegetariana para lá (Peter Singer), além de ser simpático à manifestações não tão pacíficas assim. Vide ALF

Por ora é só. To assim, meio sem inspiração e ansioso com a viagem daqui a dois dias. Acho que ainda posto outra coisa hoje.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Canalha!

Deixe-me vulgarizar teu corpo
Ter-te por inteira
Até acabar por você
O meu gozo

Libertinagem contigo
Em minha casa
Que jaz teus rins
O meu amigo

Consinta o meu corpo
Entre tuas pernas
Aparte seus joelhos
E deixe-me descansar

Não aceite que o telefone
Interrompa o nosso coito
Não me deixe assim sendo
O repugnante desgosto

Trance suas pernas
Sobre minhas costas
E não me deixe fugir
Quando em teu ventre
For explodir

Deixe-me sentir
O teu coração pelo dorso
Deixe-me vulgarizar teu corpo
Porque eu não sei amar

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Quando o desespero pesa na balança

Cidade de Vail
Uma coisa vos digo, caros leitores: esse intercâmbio tem que me render excelentes frutos, pois o trabalho e desgaste que estou tendo não é brincadeira. A começar pelo emprego. Após muitas tentativas e vários "quando chegar aqui, te entrevistamos", decidi parar de dar soco em ponta de faca e correr atrás apenas de casa. Sim. Porque lá, infelizmente não é um país tropical, abençoado por deus e bonito por natureza (mas que beleza!). Se você quiser dormir no banco da praça ou embaixo da ponte, amanhecerá picolé. Entrementes (as vezes gosto de falar difícil, pra variar), o aluguel das casas em Vail são muito caros. A cidade é minúscula, tem cerca de 5 mil habitantes e o lugar é muito frequentado por gringos cheios da grana. A região é uma das melhores dos Estados Unidos para a prática de esqui e snowboard. Sente o drama:
Paisagem em Vail, Colorado

E é exatamente por essa desproporcionalidade entre oferta e procura de casas que faz com que o preço chegue lá em cima. Uma casa com 3 quartos e 3 banheiros não sai menos que U$ 2500/ mês. Claro que aí dá pra dividir em 5 caras. Mas mesmo assim, é bem complicado de achar moradia.
Por essa e outras o meu intercâmbio tá me proporcionando um amadurecimento bacana, sabe? Isso que ainda nem cheguei lá e nem tive que passar pelas entrevistas de emprego em inglês. O fato de eu ter que correr atrás de tudo é uma pressão grande, mas ao mesmo tempo, interessante e funciona como um tipo de treinamento. Afinal de contas, lá não vai ter papai nem mamãe pra resolver meus pepinos. Serão 3 meses vivendo em um país diferente, com uma cultura diferente, pessoas com hábitos e língua diferentes e você lá no meio disso tudo. Sozinho.
Claro que de vez em quando bate aquele medo e ansiedade. "Porra! Pisei no aeroporto em Denver. E agora?" Mas a vantagem dessa situação é que, como você, muitas pessoas estão no mesmo barco. Então sempre rola aquela clima de cooperação entre a galera. Desesperados, porém unidos. Hahaha!
Bom, feras. É isso aí... até a próxima.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Visto

Continuando a historinha, semana passada fui pro famigerado Consulado Americano tirar o pedaço de papel que garante a minha entrada na terra do Tio Sam. Chegamos as 6, a fila na frente do consulado já tava grande e eu estava sem a papelada que a agência providenciou (pois estou resolvendo tudo via internet. Ê século 21!). O pessoal que já tinha tudo pronto foi indo pra fila, onde um cara da agência de Curitiba já tinha mexido os pauzinhos pra patota não ter que enfrentar aquela fila toda. A entrevista deles estava marcada para as 7 e a moça da agência havia dito que a minha era as 8. Então nós dois começamos a ir atrás do ônibus - que tinha tomado chá de sumiço - pra pegar meus papéis que estavam lá dentro. Após muita procura, desisti e fui tomar um suquinho de laranja mui maroto na padaria em frente ao consulado. Com o organismo repleto de vitamina C, volto revigorado para pegar meus papéis e, assim, ir para a fila. Começa a prova de fogo que todo intercambiário tem que passar.
A espera é infindável, na fila fora do consulado não há lugares para sentar, além de estar sujeito às intempéries da mãe natureza. Levei sorte, estava um tempo nublado e uma temperatura amena. Mesmo assim, fiquei algumas boas horas na fila fora do portão.

Frente do consulado. A fila é bem maior que isso.


Quando finalmente estava chegando perto do portão, verifico minha pasta e vejo que meu horário era o das 7! Já era 8:30 e eu estava moscando lá na fila ainda... Aí aviso o segurança a respeito do meu horário e ele me deixou entrar na boa.
Lá dentro há uma fila que contorna todo o espaço do consulado anterior às salas. Prepare-se para perder mais alguns preciosos minutos. Após essa etapa, finalmente entramos no consulado em si. Não é permitido celulares, máquinas fotográficas e armas (tive que deixar a minha com os guardas).
Lá dentro é mais confortável. Há bancos estofados, embora nem de longe seja suficiente pra comportar a quantidade de pessoas presente. Logo de cara vc encontra e segue uma faixa amarela que lhe conduzirá adivinha pra onde? Uma outra fila. Nessa, o cara irá perguntar qual será seu tipo de visto (J-1) e entregará uma senha. Finalmente você fica livre das filas em pé. A partir desse momento, há a possibilidade de sentar num mais ou menos confortável banquinho (que é disputado a tapas). Minha senha era 8417. Antes da entrevista todos têm que fazer: pré-entrevista, pagar a taxa do visto, colher digitais e, finalmente a entrevista. Realizar tais procedimentos lhe roubará, aproximadamente, umas 3 ou 4 horas. A sorte é que dentro do consulado há um lugar para comer.
Com relação à entrevista, ela é feita em inglês e é super rápida. Os caras não farão mais que 5 perguntas, ao menos que você tenha cara de terrorista. Depois disso é só pagar 30 lascas pra eles mandarem seu visto por sedex.
Susse ou não?

Não. Definitivamente.